O gelo do cometa Hartley 2 é muito semelhante à composição isotópica dos oceanos
Um estudo publicado na revista Nature mostra que a composição isotópica da água dos nossos oceanos é muito próxima a do cometa 103P/Hartley 2.
A pesquisa é liderada pelo cientista Paul Hartogh do Instituto Max Planck em Lindau, na Alemanha, e Liz Dariusz, astrônomo americano da Caltech. O resultado levou em consideração dados e medições feitas pelo observatório Herschel ESA e da NASA.
A teoria mais aceita e bastante difundida é de que a origem da água na Terra teria ocorrido após 8 milhões de anos de seu nascimento, em um período chamado por astrônomos de Bombardeio Pesado Tardio, onde o planeta se encheu de água, trazida por cometas e asteróides.
Até pouco tempo, cientistas pensavam que seria sim possível que a água tenha se acumulado em nosso planeta pelo bombardeio de cometas. Não existiam provas de que isso era possível, o que fazia os astrônomos imaginar que o total de água advindo do espaço não ultrapassasse os 10%. A nova pesquisa diz que este percentual pode ser bem maior.
A descoberta do cometa Hartley 2 mostrou que a proporção de deutério e hidrogênio e seus isótopos é praticamente a mesma a dos oceanos. A água congelada deste cometa tem 1 átomo de deutério para cada 6.200 átomos de hidrogênio. A proporção da água dos nossos mares é de 1 para 6.400.
Os cientistas analisaram também a composição da água de outros seis outros cometas, entre eles os mais famosos, como o Halley e Hale-Bopp, mas nenhum deles tem a composição próxima como o Hartley 2. Astrônomos acreditam que este cometa tenha sua origem no Cinturão de Kuiper, um local onde existem milhões de corpos gelados, rodeando nosso sistema solar.
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